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A VILA INGLESA MAIS CHARMOSA DO BRASIL

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Paranapiacaba, termo Tupi que significa “lugar de onde se avista o mar”, e que esta incluída entre os 100 monumentos mais importantes do mundo, pelo Word Monuments Fund - organização internacional não-governamental que atua na área de preservação do patrimônio histórico, está localizada na alto da Serra do Mar e, em alguns pontos, pode-se avistar Cubatão e a Baixada Santista, em uma vista deslumbrante.

 

A vila foi criada com a construção da ferrovia São Paulo Railway, e era destinada para controle operacional e moradia dos ferroviários.A ferrovia, que usa a única fissura que existe na serra e aproveitou um caminho ancestral usado pelos índios, tinha o objetivo de ligar o interior paulista ao porto de Santos, e havia uma grande dificuldade na contrução por causa do terreno extremamente íngreme da serra.

 

O Barão de Mauá, então, solicitou a alguns sócios ingleses que dominavam a tecnologia necessária, a realização do projeto. E nada mais propício do que uma região cercada de montanhas, com clima úmido e com o “fog” típico londrino. Foi inaugurada, então, a Estação Alto da Serra em 1874, que mais tarde seria denominada Estação de Paranapiacaba.Daí surgiu a arquitetura característica onde é hoje a Vila Inglesa, antes chamada de “cidade baixa” e que também inclui a Vila Martin Smith.

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A Vila Portuguesa, antes chamada popularmente de “cidade alta”, foi formada por portugueses vindos de Mogi das Cruzes, além de árabes, para suprir comercialmente os ferroviários, e se instalaram no local antes da criação da Vila Inglesa. A Vila Portuguesa não se assemelha com a paisagem londrina da Vila Inglesa, ainda que na minha opinião não deixa de ter seus encantos.

 

Tudo muito mágico e interessante, porém a gestão pública fez questão de deixar sua marca para também ser lembrada, em seu rotineiro descaso com a cultura.

No decorrer de 4 décadas, a vila de Paranapiacaba foi literalmente abandonada, e apenas sobreviveu graças à comunidade local e pessoas que jamais se conformariam com sua extinção, como veremos com mais detalhes em entrevista com uma antiga moradora, considerada o símbolo da luta pela revitalização de Paranapiacaba.

 

Mas a “cidade mágica” não é só arquitetura típica inglesa, e diversos locais peculiares e ações culturais a

sustentam e dão uma grande relevância para a sua preservação, hoje patrimônio histórico nacional e reconhecida por organizações internacionais.

 

O Relógio de Paranapiacaba é um ícone local. Tido com um dos cartões postais, ele é uma réplica do Big Ben, famoso relógio localizado na cidade de Londres, Inglaterra.Está localizado sobre a torre construída após o incêncdio na estação (1985). O relógio foi retirado antes do incêndio e, após manifestações, voltou ao local onde está hoje. Ficou 11 anos sem bater, mas passou por uma restauração e voltou a funcionar em 2002.

 

O antigo mercado, localizado na R. Campos Salles, s/n, foi construído em 1899 para abrigar um empório de secos e molhados, e, posteriormente, uma lanchonete. Após muitos anos fechado, foi restaurado pela prefeitura de Santo André e tornou-se um centro multicultural. Com sua posição central privilegiada, permite que os eventos realizados tenham um cenário charmoso na serra.

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O Clube União Lyra Serrano é uma das últimas construções inglesas erguida por volta de 1936, é o clube da vila, onde acontecem as atividades culturais e sociais. Chama atenção por sua ostentação e volumetria, composto do prédio com hall, salão de baile e cinema, além do complexo esportivo externo com campo de futebol.

 

O Pau da Missa é um eucalipto centenário originalmente utilizado para avisos relacionados às missas de sétimo dia.Devido a sua boa localização, entre a Vila Portuguesa e a Vila Inglesa, esta árvore tornou-se um dos símbolos de Paranapiacaba, pois servia como suporte para informações da comunidade, integrando as duas partes da vila. 

 

As Casas dos Engenheiros é na verdade uma casa geminada de duas em madeira, com tijolos e telhas francesas, contruída entre 1897 e 1901. A opção pela execução de sanitários externos, paredes duplas, porão em pedra e tijolos, forros sobrepostos nos cômodos e treliçados na cozinha para facilitar o escoamento da fumaça dos fogões à lenha, revela a preocupação técnica com o conforto térmico e com o isolamento à umidade, típica da arquitetura produzida no século XIX. A edificação foi construída sobre fundações de pedras que proporcionam sua elevação, formando um porão, evitando também a umidade para a melhor conservação da madeira.

 

Este porão garante a ventilação, possui aberturas laterais protegidas por grades de ferro com o símbolo SPR - São Paulo Railway. Este sistema construtivo tem por objetivo garantir a conservação do imóvel já que o eleva do solo evitando o contato da madeira com a umidade do solo, garantindo o isolamento térmico. Esta edificação foi igualmente restaurada pela prefeitura de Santo André em parceria com o World Monuments Watch.

  

O Museu do Castelo, também chamado de “Castelinho”, foi construído para ser a residência do engenheiro-chefe da São Paulo Railway, em localização privilegiada no alto da colina e simboliza a liderança e hierarquia impostas pelos ingleses. Há quem diga que a casa, por ser abundante em janelas, servia para uma eficiente fiscalização das operações da ferrovia. Esta afirmação é equivocada pelo fato de que, na época, segundo relatos do Eng. Daniel M. Fox, era raro um dia de sol e a névoa e a chuva eram predominantes, de modo que seria impossível observar a movimentação dos ferroviários do alto da colina.

 

Depois que deixou de ser residência na década de 60, a casa serviu de seminário e posteriormente escritórios da R.F.F.S.A, não ficando ali nenhum pertence da casa, sendo utilizada para guardar móveis dos escritórios e peças ferroviárias, e mais tarde sendo replanejada para a implantação do museu.

 Localizado na rua Caminho do Mendes, s/n, o “Castelinho” tem hoje um bom acervo da rede ferroviária, com relógios da época, poltronas e a prancheta onde o engenheiro-chefe desenrolava seu mapa.

  

O sistema funicular é composto por cinco patamares distribuídos pela Serra do Mar, sendo o 1º em Piaçaguera e,

o último na parada Alto da Serra, ou seja, Paranapiacaba. No Museu Funicular é possível ver como funcionava o sistema de tração, as máquinas, Maria-fumaça e, outras peças ferroviárias.

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Características da arquitetura hierarquizada de Paranapiacaba, as Casas de Solteiros eram conhecidas como barracos. Foram construídas em madeira, exceto duas em alvenaria. Essa tipologia foi criada pela São Paulo Railway, e a Rede Ferroviária Federal deu continuidade, construindo-as em alvenaria.

 

A planta dessas casas possui dormitórios, sanitários e cozinha para pequenas refeições, serviam para alojar o grande fluxo de homens solteiros, que preenchiam as vagas de ferroviários.

Havia poucos sanitários e chuveiros, já que os trabalhadores se revezavam em turnos.Criado em 2003, o Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba é uma Unidade de Conservação (UC) Municipal, com 4.261.179,10 m2 e conserva uma importante remanescente de Mata Atlântica no entorno da histórica vila inglesa de Paranapiacaba, no município de Santo André, Estado de São Paulo.

 

O parque tem como objetivo proteger a paisagem natural, destacando os contrafortes da Serra do Mar, as nascentes formadoras do Rio Grande, além de contribuir com a valorização do patrimônio histórico nacional “Vila de Paranapiacaba.”Localiza-se ao redor de mais duas UCs, a Reserva Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba e o Parque Estadual da Serra do Mar, contribuindo na formação de um extenso corredor ecológico voltado a preservação e sustentabilidade da Mata Atlântica, integrante à área tombada como Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

  

Paranapiacaba possui diversas trilhas, nascentes e serviços formam grupos para caminhada. As principais são a Trilha das hortências, Trilha dos Gravatás, Trilha da Pontinha, Trilha do Mirante e a Trilha da Comunidade.

 

A vila ainda conta com um posto policial, um bom centro de saúde, área para shows e eventos diversos.

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